Postado em: 12 de agosto de 2013 por Dr. Dale Rubenstein
A postagem a seguir foi originalmente escrita pela colega veterinária de gatos, Dra. Colleen Currigan, do Cat Hospital de Chicago. Que tal na sua casa? Seus gatos estão brigando ou brincando?
8 de agosto de 2013 pela Dra. Colleen Currigan, Cat Hospital of Chicago, Chicago, IL
Mesmo quando não é necessariamente percebido como problemático, é bastante comum ouvir os donos de gatos comentarem casualmente que 'meus gatos brigam o tempo todo'. Mas eles estão realmente 'brigando' ou estão simplesmente 'apenas brincando'?
Gatos, particularmente irmãos de ninhada, frequentemente se entregam a comportamentos específicos que, se alguém não soubesse, poderiam ser chamados incorretamente de briga de gatos, quando na realidade não são. Na verdade, são sessões de jogo.
Poucas pessoas confundiriam os rosnados e gritos no meio da noite de dois gatos ao ar livre como envolvidos em uma grande briga de gatos. Além disso, a maioria de nós pode apreciar o prazer de observar dois gatinhos minúsculos perseguindo um ao outro em ambos os lados de uma cortina ou saindo de debaixo da cama como se estivessem caçando uma presa na selva. Ou eles podem correr um para o outro em "modo de ataque". Um dos gatinhos vai atacar e os dois se tornam uma bola de pelo rolando. Mas e tudo entre uma brincadeira de gatinho e uma grande briga de gatos?
Os gatos geralmente brincam com outro gato durante toda a vida, não apenas quando são gatinhos, desde que tenham outro gato com quem brincar. Como regra geral, as sessões de brincadeira ocorrem entre gatos que pertencem ao mesmo grupo social. Dois gatos são considerados do mesmo grupo social se houver cuidados mútuos, toques de focinhos, roçar um no outro, acariciar-se, brincar ou qualquer combinação desses comportamentos. Os companheiros de ninhada tendem a ter laços mais fortes, geralmente exibindo todos esses comportamentos do "mesmo grupo social" e com frequência muito regular. Em alguns gatos, dois gatos podem estar no mesmo grupo social, mas nem todos esses comportamentos são observados e podem ocorrer com menos frequência. Nesse caso, o vínculo, mesmo aos olhos do dono, é menos intenso, mas os gatos ainda são considerados por seus donos como ‘amigos’ ou ‘próximos’ e ainda vão brincar.
Infelizmente, jogar às vezes pode ir além do simples 'jogar'. Quando isso acontece, um assobio pode ser ouvido. Um silvo ocasional no meio de uma sessão de jogo não é motivo de preocupação, pois isso pode ser indicativo de uma sugestão de jogo mal interpretada. No entanto, se o assobio for mais do que apenas ocasional, se o tempo de brincadeira se transformar repetidamente em agressão, se houver rosnado, se for o mesmo gato fazendo o assobio o tempo todo ou o mesmo gato sendo o 'agressor' instigando o jogo que aumenta consistentemente além do jogo a cada vez, isso pode ser um sinal de que o 'jogo' escalou além do 'jogo' e entrou no reino da agressão. Nessas situações, os donos de gatos, se atentos, também podem notar outras pistas da linguagem corporal, como orelhas achatadas, garras estendidas, piloereção (parte de trás da coluna elevada com pêlo 'encrespado'), golpe firme e rápido da cauda ('mad rabo de gato'), ou olhares de confronto (como se os gatos estivessem tendo um 'olhar fixo'). Esses sinais são consistentes com agressão de luta em gatos, não agressão de brincadeira. Em poucas palavras, se essas pistas não forem observadas, se a interação for relativamente silenciosa (pouco ou nenhum rosnado ou assobio) e se os gatos parecerem se revezar para saber quem é o agressor, é provável que seja uma "brincadeira". Brincar é divertido, é um bom exercício, permite que os gatos sejam gatos e não deve ser desencorajado! Se eles estão "apenas brincando", deixe-os fazer o que querem!
Se os gatos que normalmente brincam de luta tiverem um “episódio mais agressivo”, os donos nunca devem intervir diretamente – isso pode aumentar a ansiedade do gato e levar ao aumento da agressividade entre os dois gatos ou mesmo contra o dono. Em vez disso, tente redirecionar o comportamento negativo distraindo os gatos (comida, guloseimas, brinquedos favoritos, até mesmo 'falar de bebê' funciona com meus próprios gatos para episódios leves de 'ir um pouco além da brincadeira'). Para brigas sérias e verdadeiras, bater palmas pode ser eficaz para separar os dois gatos, mas, novamente, nunca uma tentativa humana de intervir, pois isso pode ser muito perigoso.
Embora informações mais detalhadas sobre a integração de gatos em uma casa estejam além do escopo deste artigo do blog, vale a pena mencionar a importância da integração lenta de novos gatos em uma casa onde outro gato ou gatos residem. Quão lento é "lento" depende da química entre os gatos envolvidos e pode levar de alguns dias a várias semanas ou mais. Em geral, algum tipo de ‘hierarquia felina’ precisa ser estabelecida entre os gatos, e quando as apresentações são feitas lentamente (para evitar brigas verdadeiras), em geral as partes são capazes de resolver suas diferenças por conta própria, sem intervenção humana. Gatos que se integram mais lentamente uns aos outros podem ter mais chances de estar no mesmo grupo social e aproveitar a companhia dos demais do grupo, incluindo “sessões de brincadeiras” com eles.
